Repositório Científico tem disponíveis 5203 documentos e é muito procurado
Criado em 2006 o Repositório Científico de Acesso Aberto do
Instituto Politécnico de Bragança (IPB) já teve “muito milhares de
consultas”, revelou Clarisse Pais, responsável pela Biblioteca Digital
da instituição de ensino, à margem da conferência a “Cienciometria e o
Open Acess”, que teve lugar na Escola Superior de Ciência e Tecnologia
(ESTIG) no passado dia 26 de Outubro.
Actualmente estão disponíveis 5203 documentos, 95 por cento são de livre
acesso através da Internet. Números que lhe permitem estar na quinta
posição do ranking das instituições portuguesas que dispõem deste
serviço. “Temos bastante produção científica, o que se fica a dever a
diversas atitudes tomadas pelo IPB, nomeadamente à definição da política
que estimula o auto-arquivo e desde 2011 à obrigatoriedade de depositar
a informação para o docentes poderem ser avaliados através do
repositório”, explicou Clarisse Pais.
Os trabalhos de investigação realizados no IPB estão agora acessíveis em
toda a parte, e mesmo os documentos com acesso restrito podem ser
consultados pedindo uma autorização. “A receptividade é muito boa. Desde
2009 são muitos milhares de acessos”, acrescentou a responsável.
Esta procura traduz-se em “bons resultados na qualidade de investigação”
para o IPB, atestou Félix de Moya Anegón – CSIC – Agencia Estatal
Consejo Superior de Investigaciones Científica, um dos oradores na
conferência. “Entre 2003 e 2009 foi feita muita investigação, mas o mais
importante é a sua qualidade, e que pode ser verificada através do
impacto que tem em outras investigações posteriores”, referiu.
A mudança de mentalidade dos investigadores com o Open Acess é um dos
aspectos mais importantes que esta ferramenta permitiu, defendeu Feliz
de Moya Anegón, “porque pela primeira vez o acesso à informação é aberto
e livre”, frisou. Também mudaram as práticas de acesso por parte de
alguns investigadores e dos consumidores de investigação científica,
“que agora antes de procurar informação em plataformas pagas vão
buscá-la em plataformas abertas”, observou.
O mais antigo repositório nacional é do da Universidade do Minho, que
“funciona muito bem”, assegurou Eloy Rodrigues, que considera que o
serviço tem contribuído para dar visibilidade à instituição. O depósito
de trabalhos está a aumentar, ainda que tenha existido uma inércia
inicial, “mas quando começam a ver a utilização que os seus trabalhos
têm no repositório começam a ganhar esse hábito e é criado um círculo
virtuoso”.
Publicado por: Mensageiro de Bragança